A Abecs esteve presente na I Conferência de Segurança Pública (iLab Segurança 2025), evento de articulação e fortalecimento entre órgãos de segurança pública e especialistas no assunto, que aconteceu em Brasília de 1º a 3 de julho de 2025.

Para falar sobre as iniciativas da indústria de meios eletrônicos de pagamento no combate a fraudes, Dener Dias de Souza, diretor de Risco da Visa do Brasil e coordenador do Fórum de Combate a Fraudes e Irregularidades da Abecs, subiu ao palco do evento no painel “Soluções para Sistema Financeiro e Combate a Fraude”, em 2/jul.
Souza contou que, desde 2024, a Abecs vem trabalhando em três frentes distintas para lidar com as irregularidades financeiras: a investigação de práticas irregulares, a gestão unificada de fraudes, e o serviço de padronização e auditoria para aplicação de selos de conformidade.
Somente com essa abordagem ampla seria possível enfrentar um cenário de práticas irregulares estimado em R$ 200 bilhões ao ano, que tem as instituições financeiras como um dos setores mais visados.
“Temos visto crescer o uso do limite do cartão de crédito como empréstimo e a entrada de recursos ilícitos como se fosse uma renda formal”, disse Souza durante a Conferência.
Banco único de dados
O grupo coordenado por Souza na Abecs, o Fórum de Combate a Irregularidades e Fraudes, composto por grandes players do mercado, trabalha a partir de reclamações, denúncias e de identificações feitas pelos próprios bancos. “Recebemos uma denúncia, que é investigada com ajuda de um mistery shopper. O resultado é levado ao Fórum, que inicia uma investigação do fluxo daquele dinheiro e dos atores envolvidos – credenciais, portadores, credenciadora e ‘estabelecimento’, em geral de fachada. Concluída a investigação, solicitamos o descredenciamento e, em alguns casos, compartilhamos informações com a Polícia Federal, dando subsídio também para investigações judiciais”, descreveu Souza.
Além de criar o hábito da investigação e do trabalho baseado em dados, o Fórum visa criar um banco único de dados no qual todos os entes do ecossistema de pagamentos abasteçam de informações e façam uso delas. “Hoje, quando um fraudador é identificado, ele recorre a outra credenciadora, com outros dados, e sua taxa de sucesso é alta. Com uma base de dados unificada, utilizada por todo o mercado, conseguimos reduzir o sucesso dos fraudadores”, esclareceu Dener Dias de Souza sobre o trabalho do Fórum de Combate a Irregularidades e Fraudes, do qual é coordenador.
Para a estruturação dessa base compartilhada de fraudes e irregularidades – a Watchlist –, a Abecs buscou parceiros no mercado e, em julho/24, elegeu a Data Rudder como o fornecedor mais adequado. Com a Watchlist, as instituições participantes devem garantir que operem no sistema somente clientes idôneos, em conformidade com as regras dos instituidores de arranjo de pagamento e do regulador.
“Colaboração e trabalho em parceria. Esses são os princípios da Watchlist, um ótimo exemplo de como podemos nos unir para mitigar riscos aos quais todo o setor de meios eletrônicos de pagamento está exposto. E a ideia é que a plataforma não esteja restrita a associadas à Abecs; todos os players são convidados a aderir”, diz Souza.
Representando a Abecs, a fala de Dener Dias de Souza na I Conferência de Segurança Pública mostrou a esferas governamentais, a especialistas em segurança e a diversos outros setores expostos a questões de fraudes como o mercado de meios eletrônicos de pagamento vem atuando, de forma coordenada, para combater irregularidades financeiras.
