Nesta quarta-feira (10), a Abecs, associação que representa as empresas de meios eletrônicos de pagamento, divulgou em coletiva de imprensa o balanço do setor do primeiro semestre de 2022, que apontou crescimento de 36,5% no valor transacionado pelos brasileiros com cartões de crédito, débito e pré-pagos. O total movimentado no período chegou a R$ 1,6 trilhão.
De acordo com a apresentação, a alta foi impulsionada pela maior digitalização das transações e pelo retorno à normalidade após o período mais crítico de restrição da mobilidade em decorrência da pandemia de Covid-19, principalmente nos meses de março e abril de 2021.
Além disso, os brasileiros continuam usando mais o cartão em substituição a dinheiro, cheque e outros meios de pagamento. “Interessante ver como o nosso consumidor busca soluções como parcelamento sem juros, as compras online, experimenta o pagamento por aproximação, entre outros benefícios ” afirma Rogério Panca, presidente da Associação.
Cartão de crédito em alta
Na comparação entre as modalidades, o destaque foi o uso do cartão de crédito, que cresceu 42,2%, registrando pela primeira vez R$ 1 trilhão em pagamentos dentro de um período de 6 meses. O segundo maior volume no período foi o do cartão de débito, que movimentou R$ 488 bilhões e cresceu 16,6%. Já o cartão pré-pago somou R$ 99,4 bilhões, com crescimento de 137,7%.
Pagamentos por aproximação
Em um cenário cada vez mais favorável ao desenvolvimento veloz de tecnologias que deixam os pagamentos mais práticos e seguros, os pagamentos por aproximação cresceram 344,5% no primeiro semestre de 2022 em relação ao mesmo período do ano passado.
De acordo com Panca, “em todas as verticais o crescimento foi robusto”, já que a tecnologia NFC (sigla em inglês para Near Field Communication) está cada vez mais incorporada ao dia a dia e à cultura dos brasileiros. Somados, os valores transacionados no cartão de crédito, débito e pré-pago por aproximação totalizaram R$ 235,5 bilhões.
No período, foram registrados 4,6 bilhões de pagamentos por aproximação. Em junho, 33,4% de todas as compras presenciais com cartões foram feitas por aproximação. A expectativa da Abecs é de que, ainda em 2022, em torno da metade das transações presenciais seja por aproximação.
Pagamentos eletrônicos em comércio e serviços
Em uma análise setorial, o presidente da Abecs comentou que a adoção dos meios eletrônicos de pagamento continua em crescimento vigoroso nos setores de comércio e serviços, com destaque no primeiro semestre para alguns segmentos que tiveram maior impacto durante a pandemia de Covid-19: a indústria de tecidos, vestuário e calçados (+56,7%), de varejo alimentício (+31,8%), de artigos domésticos e uso pessoal (+26,7%), e de artigos farmacêuticos e médicos de modo geral (+25,3%).
No campo dos serviços, a adoção dos meios eletrônicos de pagamento ocorreu de maneira ainda mais acentuada, considerando principalmente os setores de turismo e entretenimento (+106,4%), pedágios e estacionamentos (+64,2%), bares e restaurantes (+61,5%) e da educação (+54,2%).
A principal justificativa para o crescimento robusto está no retorno à normalidade observado na mobilidade urbana, já que as pessoas estão circulando mais, seja em viagens, seja localmente, enquanto visitam restaurantes e socializam após os momentos mais críticos da pandemia.
Consumo em cartão no interior e capitais brasileiras
De acordo com o balanço da Abecs, as cidades do interior do Brasil apresentaram crescimento acima da média (37,4%) no período e já representam 60% do total transacionado com cartões. “O interior tem mostrado a sua força, no sentido de adotar também o meio eletrônico de pagamento como uma matriz importante para a população efetivar suas compras”, afirmou Panca durante a apresentação do balanço.
O processo de interiorização dos pagamentos eletrônicos é reflexo da expansão do setor, da inclusão financeira e do maior acesso aos meios digitais pela população localizada longe dos grandes centros.
