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Drex: as expectativas iniciais e o papel do mercado na etapa de evolução

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Por Gabriel Rodrigues*

Nos últimos meses, temos acompanhado uma evolução significativa de um tema que está no centro das discussões sobre a futura economia tokenizada brasileira: o Drex. Trata-se do real, só que em um formato completamente digital e programável, que permitirá a oferta de serviços financeiros inteligentes através da utilização de smart contracts (códigos autoexecutáveis programados de acordo com uma ou mais regras). 

A grande expectativa de todos envolvidos nesse projeto liderado pelo Banco Central do Brasil, é de que essa nova modalidade do real possa tornar as transações financeiras mais seguras, mais eficientes e, principalmente, mais acessíveis à população. Essas hipóteses se baseiam nas características intrínsecas da tecnologia de registro distribuído (mais conhecida como DLT, Distributed Ledger Technology) que será a base estrutural desse novo sistema financeiro. 

Embora ainda estejam em fase de testes na maioria dos países que estão avaliando o lançamento de uma CBDC (Central Bank Digital Currency, nome dado às moedas digitais emitidas por um Banco Central, como o Drex), as DLTs já são bastante exploradas no universo dos criptoativos, principalmente no contexto financeiro. A rede Ethereum, por exemplo, é uma das maiores plataformas públicas no mundo que utilizam esse tipo de tecnologia para prover um conjunto de produtos e serviços financeiros de forma descentralizada, denominado DeFi (Decentralized Finance, finanças descentralizadas). 

O Banco Central brasileiro, inclusive, optou por utilizar uma rede DLT compatível com a Ethereum no projeto piloto do Drex. Um dos fatores que pesou nessa escolha foi a possibilidade de usufruir dos avanços e benefícios tecnológicos que vêm sendo observados na plataforma. A ideia aqui é trazer toda essa modernização para um ambiente regulado, fazendo com que o consumidor possa continuar realizando suas transações financeiras de forma segura e regulada. 

Entretanto, tal “adaptação” não é algo tão trivial assim. Existem grandes desafios relacionados a privacidade, escalabilidade e interoperabilidade que precisarão ser endereçados ao decorrer dos próximos meses para que o Drex se torne, de fato, realidade. Além disso, o mercado também está trabalhando no mapeamento de casos de uso que serão viabilizados ou aprimorados pela nova modalidade da moeda digital sem prejudicar a experiência do consumidor na ponta. 

O ambiente pró-inovação fomentado pelo regulador tende a acelerar ainda mais essas descobertas e validações. O Brasil é um dos países mais avançados nesse tema e, se continuarmos nesse ritmo, há uma grande tendência que esse novo sistema financeiro se torne uma referência mundial, assim como outros já impulsionados pelo mercado brasileiro. O Drex representa o primeiro passo de uma enorme evolução que promete democratizar o acesso aos benefícios da economia digital, e nós, como principais players do mercado, temos o grande desafio e responsabilidade de viabilizar esse processo de forma sólida e bem estruturada. 

Este conteúdo reflete a opinião do autor, não necessariamente a opinião do portal 

* Gabriel Rodrigues é gerente de Inovação da Elo
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