O brasileiro está cada vez mais acostumado a usar o cartão de crédito sem pagar juros.
De acordo com dados do Banco Central, aproximadamente 76% do volume de crédito transacionado em cartão não possui juros, o que engloba todas as compras à vista e parceladas sem juros quitadas integralmente até o vencimento da fatura.
Os dados são de abril deste ano, mas refletem um comportamento que há anos vem se consolidando entre os consumidores brasileiros. No passado, em 2011, o indicador apontava para uma representatividade de 67,3% do volume sem juros perante o saldo total de cartões.
Paralelamente, no mesmo horizonte de tempo houve redução do percentual movimentado nas modalidades de crédito rotativo e parcelamentos com juros. Em 2022, o valor transacionado foi de 24% em abril, enquanto em 2011 correspondia a 32,7% do volume total em cartão no mesmo período.
Por que esses números são relevantes?
Os dados reportados evidenciam que a participação das transações sem juros ganha cada vez mais representatividade frente às transações com juros no cartão de crédito no Brasil.
Há, portanto, um forte indicativo do aumento de pessoas escolhendo quitar suas faturas integralmente, sem necessariamente recorrer a modalidades de financiamento. Como reflexo, em abril, o índice de inadimplência do cartão ficou em 6,3%, segundo último dado divulgado pelo Banco Central, um dos menores patamares da série histórica.
Ao mesmo tempo, o uso do cartão continua em expansão. Só para o ano de 2022, a Abecs estima os meios eletrônicos de pagamento representem 60% do consumo das famílias no Brasil. No primeiro trimestre do ano, os pagamentos com cartões cresceram 36% em comparação com o mesmo período do ano passado, o que corresponde a um valor transacionado de R$ 758,6 bilhões distribuídos em cartões de crédito, débito e pré-pagos.
Dessas modalidades de pagamento, só as transações no cartão de crédito cresceram 42,4%, movimentando R$ 478,5 bilhões.
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