A segurança é um dos fundamentos dos meios eletrônicos de pagamento. É graças à realização de milhares de transações confiáveis todos os dias que essa indústria tem crescente participação na economia como um todo – e na economia digital, também em crescimento constante.
Para se ter uma ideia, no primeiro semestre de 2024, mais de R$ 460 bilhões em compras online foram pagas com cartão, segundo a Abecs, associação que representa o setor de meios eletrônicos de pagamento. Garantir a segurança das transações feitas no ambiente virtual é trabalho constante dos meios eletrônicos de pagamento, com tecnologias e inovações que são potencializadas quando os consumidores estão atentos aos riscos.
Por isso, Panorama Abecs separou cinco dicas para aumentar ainda mais a segurança de uma compra online, durante toda a jornada – do anúncio do produto à finalização da transação. Confira.
1. Não clique em links desconhecidos recebidos por e-mail, SMS e aplicativos de mensagem
Induzir as pessoas a fornecerem informações privadas para fins criminosos é uma premissa da engenharia social. Em ambientes digitais, esses golpes, chamados de phishing, levam à exposição de dados e a infecções por malware – programas escritos para danificar os sistemas de computador ou celular dos usuários.
No ambiente online, ataques de engenharia social costumam ter por objetivo acessar dados como login e senha ou informações financeiras do consumidor, por meio de:
. e-mails com links para sites maliciosos
. links para download em sites não certificados
. anúncios, banners ou links curtos desconhecidos
Nestas ocasiões, quem aplica o golpe utiliza uma falsa identidade para gerar senso de urgência ou medo.
2. Verifique se a loja online tem certificados de ambiente criptografado
Existem algumas maneiras práticas de verificar se uma plataforma de e-commerce é realmente segura para a realização de transações financeiras. A primeira delas é observar o endereço de rede (URL) do site e checar o HTTP (Hypertext Transfer Protocol), um protocolo essencial para a troca de dados entre o navegador web e o portal em que se deseja realizar a compra.
Quando o HTTP vem acompanhado da letra “S” (de security, ou seguro) no fim, isso indica que toda a comunicação no site é criptografada para impossibilitar que criminosos roubem dados do cartão do usuário, por exemplo.
URL confiável. Além de verificar o HTTPS da loja virtual, é possível testar se um site é seguro por meio da sua URL. Para descobrir a página de destino antes mesmo de clicar em um link, basta posicionar o cursor do mouse sobre ele. Desse modo, a URL do site aparecerá no canto inferior esquerdo da tela e conferir sua grafia é fundamental.
3. Consulte a reputação do e-commerce
Além de conferir o domínio e a URL, e se o site conta com selos de segurança, antes de finalizar uma compra é importante saber o que outros internautas opinam sobre o e-commerce, em especial na primeira transação com a empresa.
Em uma ferramenta de pesquisa, digite o nome do site seguido de “é confiável” ou “é seguro”. E, além de consultar a veracidade do e-commerce, procure saber o que consumidores falam sobre seus serviços de entrega e seus canais de comunicação – afinal, é a eles que o cliente recorrerá em caso de problemas com sua compra.
Ainda que seja bastante conveniente para um e-commerce aceitar diversas formas de pagamento, esse aspecto, por si só, não é garantia de veracidade do site. Boletos com dados da empresa fornecedora, por exemplo, podem gerar uma falsa sensação de idoneidade para o consumidor. Mas como pessoas físicas também podem emitir boletos, criminosos podem se utilizar desse meio para aplicar golpes.
4. Use o cartão virtual, débito online e o Click to Pay como um reforço de segurança
Algumas soluções do setor de meios eletrônicos de pagamento aprimoram a jornada de compra online ao mesmo tempo em que deixam a transação mais segura. Uma delas é o cartão virtual – recurso que pode ser utilizado como extensão dos cartões físicos de débito e crédito – que “troca” os dados sensíveis impressos no plástico por credenciais de uso único, portanto sem valor para o fraudador.
Outro recurso é o débito online, modalidade que vem conquistando espaço nos ambientes digitais desde que players do setor, capitaneados pela Abecs, trabalharam na padronização de jornada de uso e aprimoraram regras de utilização e segurança.
Recentemente, o consumidor ganhou mais um aliado para sua segurança nas transações digitais. O Click to Pay é uma evolução dos pagamentos online com cartões e possibilita que eles sejam utilizados no checkout sem que o portador precise preencher seus dados repetidas vezes. “Um dos grandes diferenciais da solução é a tokenização dos dados da transação. Com o Click to Pay, essas informações são substituídas por credenciais criptografadas, o que dificulta operações fraudulentas com os dados do usuário ou contra os estabelecimentos”, diz Leandro Garcia, diretor de Soluções da Visa do Brasil.
Com o Click to Pay, o consumidor cadastra suas credenciais de pagamento uma única vez na plataforma da bandeira dos seus cartões, e não precisa abrir apps, realizar leituras de QR code ou copiar códigos para efetuar pagamentos. A compra é finalizada em processos simples, ágeis, intuitivos e seguros.
5. Ative recursos de biometria para confirmar pagamentos digitais
Pagamentos com biometria oferecem uma camada extra de segurança com a autenticação da identidade do consumidor por meio de reconhecimento facial, de retina, digital ou de voz. De forma simples, o pagamento com biometria melhora a experiência do usuário, prevenindo fraudes ao impedir o uso indevido dos dados do consumidor.
O recurso costuma ser utilizado no uso de carteiras digitais e para aprovar transações de alto risco, especialmente em compras em sites e aplicativos.
A importância do chargeback. Além das formas de proteção contra golpes em compras online, com análises rigorosas para prevenir transações fraudulentas, a indústria de meios eletrônicos de pagamento conta com a possibilidade de contestação de compras online, feita diretamente ao emissor do cartão.
O chargeback pode ocorrer em quatro situações:
1. Não recebimento da mercadoria comprada online
2. Fraude (quando não foi o portador do cartão que efetuou a transação)
3. Erro de processamento do emissor
4. Erro no valor cobrado
O chargeback é o estorno do valor de uma compra com cartão em caso de um desacordo comercial, que pode resultar na devolução ou no não pagamento do valor do produto ou serviço pelo portador. “Mesmo com o arsenal de tecnologias disponível para proporcionar segurança aos pagamentos com cartão, se o cartão for usado à revelia do consumidor, ou se houver algum desacordo comercial na compra, o portador tem direito ao recurso de chargeback para reaver o valor”, argumenta Daniel Vilela, diretor de Novos Negócios da Mastercard Brasil.
Por Panorama Abecs