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Tokenização e o futuro dos pagamentos digitais

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*Por Ronaldo Trigo 

O investimento em tokenização é uma das principais tendências para este ano. Em seu mais recente estudo sobre o tema, a Juniper Research estima que a quantidade de transações tokenizadas anuais vai dobrar de tamanho até 2029, de 283 bilhões em 2025 para 574 bilhões.

Quando olhamos para o universo dos pagamentos, a tokenização é um caminho sem volta para pagamentos mais fluidos, seguros e rápidos. No e-commerce, por exemplo, ela consiste em armazenar os dados sensíveis dos usuários de cartões de crédito e débito e dos próprios cartões de forma criptografada em ambientes seguros na nuvem, substituindo essas informações durante a transação por um código (token) impossível de ser lido por terceiros. É muito importante que os consumidores consigam compreender a fortaleza dessa tecnologia de segurança, uma vez que um levantamento da Opinion Box mostra que 91% deles já desistiu de uma compra online por medo de fraude.

O reforço significativo na segurança dos dados dos consumidores por meio da tokenização facilita a aprovação das transações pelas bandeiras de cartões e aumenta as taxas de autorização. Ainda viabiliza formas automáticas de pagamento – como o Click to Pay, ou compra por um clique, que fazemos em alguns sites e apps sem precisar inserir as informações do cartão, incluindo o código de segurança (CVV). Ao retirar a necessidade de um cliente de repetir todos os seus dados de pagamento em uma recorrência de compra online, desde que já tenha um cartão de crédito cadastrado, a tokenização torna-se uma grande aliada do varejista não apenas na redução dos riscos de fraude, mas também no aumento da conversão.

Em alguns setores, a tokenização tem ganhado considerável relevância, como no segmento automotivo, com a mitigação de riscos financeiros. Multas e avarias que são detectadas no pós-venda, por exemplo, já ficam contabilizadas no cartão tokenizado do cliente, facilitando a gestão do negócio, uma vez que o cliente pode monitorar e controlar todas as etapas do processo.

Além dessa maior transparência, o varejista pode usar as informações do alto volume de dados transacionais produzidos pelos cartões tokenizados para entender o comportamento do consumidor, suas preferências de produtos e padrões de compra, permitindo personalizar ofertas e planos de fidelização.

O que mais está por vir?

O futuro da tokenização vai além da proteção de dados. A tecnologia tem o potencial de se expandir para outras áreas do e-commerce, como compras por voz e pagamentos via dispositivos móveis, onde a segurança será fundamental para o consumidor cada vez mais adepto à experiência ao produto. 

A tokenização é apenas parte do ecossistema financeiro que passa por uma grande transformação alçada pelo Banco Central do Brasil. Observamos a evolução do Pix e do Open Finance, reduzindo a assincronia de dados entre as instituições financeiras com mais transparência na relação com os clientes. Em breve, teremos o Drex, projeto de moeda digital que, juntos, prometem revolucionar ainda mais a nossa experiência nas transações de pagamento.

Este conteúdo reflete a opinião do autor, não necessariamente a opinião do portal

Ronaldo Trigo é Diretor de Crédito e Prevenção a Fraudes da Fiserv no Brasil
*Ronaldo Trigo é Diretor de Crédito e Prevenção à Fraudes da Fiserv no Brasil
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