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Mais segurança e melhor experiência nas compras online: especialistas discutem evolução do protocolo 3DS

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A segurança de quem faz e recebe pagamentos com cartões é um dos pilares dos meios eletrônicos de pagamento. Portanto, para os participantes do setor, é prioridade desenvolver soluções que minimizem os riscos de fraude. 

Nas compras online, o cuidado com segurança é ainda mais delicado. Isso faz com que o processo de verificar se a pessoa por trás da transação é realmente a portadora do cartão seja estratégico para o negócio. E aqui entra a importância do protocolo de autenticação 3DS 2.0, uma das principais soluções da indústria para fortalecer a autenticação de pagamentos online com cartões.  

A ferramenta recolhe, no momento da transação, mais de cem dados – do cliente, da credencial de pagamento, do dispositivo usado e da transação em si – e os envia ao emissor do cartão, que tem então informações para avaliar o risco e decidir como aquele pagamento pode ser autenticado. As transações de baixo risco são autenticadas de maneira silenciosa. Nas demais, o consumidor cumpre um “desafio”, como por exemplo a digitação de um código recebido pelo aplicativo do banco para finalizar a compra. 

A evolução desse protocolo de segurança foi discutida ontem (14/setembro), no webinário “3DS Versão 2: A maturidade do protocolo impulsionando experiência e oportunidades para todos”, promovido pela Abecs, associação que representa o setor de cartões. Participaram do evento: Arthur Abreu, do Banco Inter; Karina Tressmann, do PagBank; Marcelo Liberato, do Zul Digital; e Reinaldo Santos, da Lyra. A mediação do bate-papo ficou por conta de Bruno di Salvi, da Elo. 

Benefícios para toda a cadeia de pagamentos

A segunda versão do protocolo 3DS vem sendo refinada a fim de reduzir a quantidade de desafios nas transações: a autenticação vem se tornando tão assertiva que uma etapa extra de autenticação nem sempre é necessária. 

“Como indústria, avaliamos que o protocolo 3DS evoluiu de forma robusta, ampliando a autenticação sem desafio e incluindo novas modalidades de pagamento, como as compras recorrentes, além de atender necessidades específicas dos lojistas”, falou di Salvi, da Elo. Segundo o especialista, a solução também dá mais poder ao lojista, que pode determinar critérios para que uma autenticação silenciosa seja autorizada. 

Liberato, da Zul Digital, acrescentou outros benefícios para o e-commerce. Além da remoção de fricção na jornada do consumidor, os lojistas observam reduções de custo operacional quando podem contar com a avaliação do emissor na autenticação – o protocolo dispensa revisões desnecessárias de pedidos, viabiliza um time antifraude mais enxuto e otimiza a velocidade de entrega de produtos e serviços.  

“A experiência do varejista também melhora, principalmente no caso de clientes novos. O lojista não conhece aquele consumidor, mas pode ‘pegar carona’ na autenticação do emissor, que sabe quem ele é, que dispositivos usa e em quais lojas compra”, disse Marcelo Liberato, da Zul Digital. 

Para Tressmann, do PagBank, a chegada do protocolo foi um avanço importante para o mercado de pagamentos brasileiro, dado o sucesso na Europa e a oportunidade de melhorar a experiência de pagar compras online com o cartão de débito. Ela relata que, na experiência de sua empresa, a aprovação de compras já é 6% superior à de transações não autenticadas, e 20% superior às transações autenticadas na comparação com o ano passado.

“Para que os resultados continuem positivos, é importante que todo o setor de cartões trabalhe de forma conjunta, aperfeiçoando os critérios de autenticação silenciosa e o formato dos desafios, para que sejam intuitivos ao consumidor. O cenário é de ganha-ganha”, defendeu Karina Tressmann, do PagBank. 

Santos, da Lyra, comparou o cenário brasileiro com o francês, onde a autenticação com 3DS é obrigatória desde 2005 e tem índice de aprovação de cerca de 90%. “No Brasil, por enquanto praticamente 50% das compras são autenticadas com 3DS. As que passam pelo protocolo apresentam taxa de aprovação melhor que aquelas não autenticadas”, disse.  

Já Abreu, do Banco Inter, falou da perspectiva dos emissores, principais responsáveis pela autenticação das transações e por decidir quando ele será silencioso. O Inter ainda não implementou a autenticação sem desafio, mas, segundo Abreu, tem tido resultados promissores: um incremento de 11 pontos percentuais na autorização de compras autenticadas entre os meses de agosto de 2022 e 2023. “A implementação do protocolo afetou nossa operação de forma surpreendentemente positiva em vários aspectos em relação ao ano passado: aprovação, conversão, volume de retentativas e até mesmo penetração dos desafios nos hábitos de consumo dos clientes”, contou. Segundo ele, no período citado, as requisições de desafios, que costumavam gerar desistência, cresceram 9%.  

“O segredo para o aperfeiçoamento está em o emissor ser capaz de identificar os dados da transação para que não seja necessário apresentar desafios ao portador; e o e-commerce, por sua vez, ser potente em capturar dados para contribuir com essa avaliação”, afirmou Bruno di Salvi, da Elo. 

Um normativo com pisos mínimos para tratar as transações com cartão no e-commerce deve ser publicado em breve. O documento é mais um estímulo da Abecs, como porta-voz dessa indústria, para aperfeiçoar a experiência de compra online, fortalecendo os critérios de segurança e reduzindo a fricção. 

Por Panorama  

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