Conveniência é a palavra da vez no comércio. Há algum tempo, já não é fundamental estar fisicamente presente em uma loja para escolher um eletrodoméstico, um livro ou um tênis; nem mesmo para tarefas triviais como abastecer a geladeira. A velocidade de entrega virou um diferencial de compra. E, cada vez mais, as opções de pagamento oferecidas também.
Para acompanhar esse dinamismo do consumo, os meios eletrônicos de pagamento não podem parar. De forma coletiva, as empresas desse setor trabalham para que as transações pela internet aconteçam o mais fluida e instantaneamente possível – sem perder a segurança jamais.
Se até agora o cartão de crédito era protagonista nesse jogo, agora o cartão de débito conquista seu espaço.
Para que uma jornada de compra seja fluida, ela não pode envolver muitas etapas, nem ser difícil de entender. O setor de meios eletrônicos de pagamento, representado pela Abecs, tem aperfeiçoado esses atributos no cartão de débito, para que ele seja uma boa opção também para quem compra online
“A necessidade de aperfeiçoar a experiência de comprar online com o débito é imperativa e, dado que há espaço para esse produto ter competitividade no mercado de pagamentos instantâneos, esse é um dos nossos principais objetivos para 2023”, afirma Giancarlo Creco, CEO da Elo e presidente da Abecs, associação que representa as empresas de meios eletrônicos de pagamento.
O débito sem senha, o click to pay e o BR Code são as principais soluções que o setor está implementando com esse objetivo. Todas elas procuram reduzir a fricção e padronizar a experiência de um pagamento online com o débito.
Débito online: como será?
No comércio físico, o consumidor geralmente não precisa inserir sua senha quando paga por aproximação compras até R$ 200. “A tecnologia já está aí, garantindo segurança às 30 milhões de transações diárias por aproximação. Agora, estamos levando essa mesma experiência para o ambiente virtual com o débito sem senha”, esclarece Marcelo Tangioni, presidente da Mastercard Brasil. Com o programa, o portador seleciona a opção débito no checkout da loja online, insere os dados do cartão e a transação, autenticada de forma silenciosa, é autorizada.
Por enquanto, a funcionalidade está disponível para um grupo de estabelecimentos comerciais com perfil de transações de baixo tíquete médio, monitorados pela Abecs quanto à fraude. Mas, gradativamente, todo o varejo online e todo o ecossistema de cartões devem estar aptos a oferecer a possibilidade de pagar com débito sem senha valores até R$ 300.
“O débito sem senha incorpora uma série de ferramentas que bandeiras, credenciadoras e emissores empregam hoje nas transações para garantir segurança. Estamos intensificando a comunicação dessa funcionalidade ao público, reforçando as vantagens como a possibilidade de chargeback e os programas de pontuação e milhas, que só os cartões oferecem”, diz Tangioni.
Além desses atrativos de um pagamento com cartão, que protegem o consumidor e ainda revertem seus gastos em benefícios, o click to pay se destaca também no quesito simplicidade. Para o consumidor, a solução aparece como um simples botão no checkout, que finaliza a compra em, como diz o nome, um clique (por trás dele, criptografia e tokenização protegem o consumidor e seus dados).
“O cadastramento no click to pay é muito simples de ser feito. E, assim que o consumidor cadastra suas credenciais, elas vão para um repositório único, na forma de tokens criptografados, e são utilizadas a cada nova compra. O lojista também se beneficia: uma vez integrado ao click to pay, ele tem acesso ao repositório e oferece ao cliente essa simplificação da experiência e facilidade de compra”, conta Fernando Amaral, vice-presidente de Soluções e Inovação da Visa do Brasil.
De acordo com Amaral, o click to pay complementa o débito sem senha porque sua ampla aceitação no e-commerce se estende, inclusive, às compras pelas redes sociais. Em breve, pagar com débito sem preencher cadastros nem digitar senhas será possível em praticamente qualquer e-commerce brasileiro ou global.
A padronização do BR Code, ou seja, o QR Code brasileiro, é mais uma solução em discussão na Abecs para aprimorar o débito online. Marcos Valério Tescarolo, diretor do Bradesco Cartões, explica que há uma gama de smartphones no Brasil ainda sem a tecnologia NFC (portanto, não habilitados a fazer um pagamento sem contato). “Esse público também terá a oportunidade de pagar por aproximação quando o setor de cartões conseguir padronizar esse código e disponibilizá-lo como mais um meio para capturar a transação”, explica. Ainda em desenvolvimento, o BR Code é tema de uma diretiva da Abecs.
“Os meios eletrônicos de pagamento estão aprimorando processos para ter mais agilidade e competitividade e, assim, ocupar novos espaços. Além de aumentar nossa participação na carteira do brasileiro, nosso objetivo é atender uma demanda do mercado por conveniência e segurança. O setor todo, encabeçado pela Abecs, trabalha com esses focos”, resume Ricardo de Barros Vieira, vice-presidente executivo da Abecs.
Por Panorama