Nesta quinta-feira (11), a Abecs, associação que representa as empresas de meios eletrônicos de pagamento, divulgou em coletiva de imprensa o balanço do primeiro trimestre de 2023, que apontou crescimento de 10,7% nas transações com cartões de crédito, débito e pré-pagos em comparação com o mesmo período em 2022. O valor transacionado no período foi de R$ 839,5 bilhões.
Para o presidente da Abecs, Giancarlo Greco, o resultado indica que os cartões e meios digitais continuam ganhando participação no consumo dos brasileiros, principalmente com a popularização do pagamento por aproximação e das compras remotas. “Foi uma surpresa positiva constatar aumentos significativos no volume de transações com meios eletrônicos em todos os diferentes segmentos mesmo em um período em que o consumo não é tão intenso, já que as principais datas comemorativas do ano se concentram mais no segundo semestre do ano.”
Na comparação entre as modalidades, o cartão de crédito se destacou com maior valor transacionado, registrando R$ 539,2 bilhões (+12,7% em comparação com o mesmo período do ano passado), seguido pelos cartões de débito e pré-pagos, com R$ 234,6 bilhões (-0,3%) e R$ 65,5 bilhões (+47%), respectivamente.
Quantidade de transações
Os brasileiros fizeram 10,1 bilhões de transações com cartões no primeiro trimestre de 2023, o que corresponde a um incremento de 12,8% na relação interanual. Foram, em média, 110 milhões de pagamentos com cartão por dia.
O cartão de crédito permaneceu como a modalidade preferida, com 4,6 bilhões de transações (+8,5%), seguido pelo débito, com 3,8 bilhões (+6%), e pelo pré-pago, com 1,6 bilhão (+52%). De acordo com o Greco, da Abecs, a expressividade do pré-pago vem se intensificando principalmente com a popularização desse tipo de cartão, o que motiva novos players a oferecê-lo em sua carteira de produtos.
Pagamentos por aproximação e compras remotas
O pagamento por aproximação com cartões apresentou alta robusta de 85,4% no comparativo com o primeiro trimestre de 2022, movimentando R$ 191,3 bilhões, em cerca de 3,6 bilhões de transações. O cartão de crédito foi a modalidade mais usada nessa função, com R$ 105,2 bilhões (+81,2 %), seguido do débito, com R$ 51,6 bilhões (+81,8%), e do pré-pago, com R$ 34,4 bilhões (+106,2%).
Em março de 2023, a quantidade de pagamentos por aproximação representou 44,3% do total de compras presenciais com cartão. “Quase metade das compras físicas já é paga dessa forma, o que evidencia o sucesso do pagamento sem contato no Brasil”, afirma Greco. “Há dois anos, em março de 2021, essa participação era de apenas 8%. A rápida popularização da solução se deve aos benefícios que ela traz ao consumidor e aos estabelecimentos comerciais. A aceitação só tende a aumentar.”
Ainda na comparação interanual, o volume de transações virtuais com cartões, na internet ou canais remotos como aplicativos e carteiras digitais, também registrou crescimento expressivo, de 10,8%. Quase R$ 180 bilhões foram transacionados de forma online. O crédito também se destacou no volume de compras online, movimentando R$ 174,4 bilhões, seguido das modalidades pré-pago, com R$ 2,7 bilhões, e débito, com R$ 2,5 bilhões. A indústria, tendo a Abecs como porta-voz, vem trabalhando em uma série de projetos para que o débito tenha uma participação maior nas compras remotas. “Esperamos um impacto positivo a partir da melhora da experiência para o consumidor no e-commerce,” diz Greco.
Uso no exterior e gastos de estrangeiros no País
Os gastos de estrangeiros no Brasil e de brasileiros no exterior voltaram a crescer, em um importante movimento pós-pandemia.
Nas compras internacionais feitas por brasileiros, a alta interanual foi de 47,8%, com R$ 14,1 bilhões movimentados. Quando comparado ao primeiro trimestre de 2019, ano que antecedeu a pandemia, o crescimento no volume transacionado é de 23,6%, “o que aponta para uma tendência de crescimento já observada a partir do final do primeiro trimestre do ano passado, considerando principalmente o mês de janeiro, em que as pessoas estão de férias”, comenta o presidente da Abecs.
Quanto ao volume movimentado por estrangeiros no País no primeiro trimestre, o crescimento registrado, segundo dados do Banco Central, foi de R$ 7,8 bilhões, crescimento de 28,1%.
Por Panorama