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Equilíbrio financeiro: o papel do cartão na gestão do orçamento pessoal 

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O brasileiro quer ter mais qualidade de vida em 2024 – ou pelo menos 42% brasileiros, que esperam um ano com menos dívidas, além dos 74% que almejam melhorias na vida pessoal e familiar, segundo a pesquisa “Radar Febraban”.  

Os objetivos citados pelos entrevistados apontam para o equilíbrio financeiro como elemento importante para um cotidiano com menos contratempos. E já que a participação dos cartões é cada vez mais expressiva nos gastos dos brasileiros, cabe investigar a contribuição desses instrumentos não só como meio de pagamento, mas como instrumento de gestão financeira. Para discutir o tema, Panorama Abecs conversou com especialistas do setor. 

Modalidades e contextos de uso

Entender as funcionalidades de cada modalidade de cartão é um ponto de partida para, diante do estado das finanças de cada um, decidir em quais contextos optar pelo cartão de crédito, débito ou pré-pago.  

Crédito

O cartão de crédito é o principal meio de financiamento ao consumo do brasileiro. Mas, antes de usá-lo, é fundamental entender que o instrumento é parte de uma estratégia de gestão e, portanto, deve ser encarado como tal. “Se usado com responsabilidade, o cartão pode ser um aliado para colocar as finanças em dia. É uma opção que dispensa a necessidade de acumular todo o recurso para uma compra, possibilitando uma gestão estratégica dos fluxos financeiros, a preservação da liquidez dos recursos e a participação em programas de benefícios”, aconselhou, por meio de nota, a Caixa Econômica Federal. 

Não entender o cartão como instrumento estratégico pode levar o portador a fazer um mau uso da ferramenta. Scarlato, da Mastercard, dá um exemplo: usar o limite do cartão de crédito como renda extra. “O cartão de crédito serve como um centralizador de despesas, que ajuda a concentrar os gastos e pode atender casos de urgência no orçamento, evitando contratos de empréstimo”, afirma a executiva. 

O mau uso do cartão de crédito é um dos responsáveis pela imagem errônea que, muitas vezes, é atribuída a ele, como “vilão do endividamento no País”, ainda que o volume de dívidas no rotativo do cartão seja expressivamente inferior ao contraído em outras linhas de crédito e que cerca de 90% dos consumidores paguem sua fatura em dia, sem qualquer cobrança de juros, segundo pesquisa Datafolha em parceria com a Abecs.  

“O cartão de crédito é o maior instrumento de controle de finanças pessoais do País”, diz Giancarlo Greco, CEO da Elo e presidente da Abecs, no episódio #4 de Panorama Talks. Confira na íntegra aqui.

Débito

O cartão de débito é o instrumento do dia a dia do consumidor. Dois casos importantes de uso são apontados por Scarlato: controle de gastos e restrição de crédito.

“O cartão de débito é usado, sobretudo, por pessoas que ainda não têm crédito, por não possuírem histórico no sistema financeiro, e realizam suas movimentações por meio do débito. Há quem também prefira realizar a liquidez dos recursos na hora do pagamento, como uma estratégia de controle de gastos: a pessoa para de realizar compras quando o dinheiro acaba na conta bancária”, diz Ana Karina Scarlato, vice-presidente de Produtos e Inovação da Mastercard Brasil  

Para Ferrari, do Banco do Brasil, o débito é a alternativa do setor para garantir que pagamentos imediatos sejam feitos com o máximo de segurança, já que “dispensa a necessidade de sacar ou carregar dinheiro em espécie para efetivar compras”.  

A especialista acrescenta que a modalidade é mais prática em comparação a outras formas de pagamento automático. Para concluir a transação (por inserção no terminal, por aproximação ou no ambiente online, no qual o débito é cada vez mais utilizado), basta ter em mãos o cartão físico ou um dispositivo inteligente no qual esteja cadastrado. “A jornada de pagamento no débito é mais direta, sem necessidade de acesso ao aplicativo do banco”, complementa. 

Pré-pago

O cartão pré-pago movimentou R$ 82 bilhões em compras no terceiro trimestre de 2023 e vem em uma tendência de crescimento. Funciona da seguinte maneira: o portador do cartão transfere valores para sua conta e pode usar o saldo em qualquer estabelecimento comercial que aceite pagamentos com cartões. 

Mais que um meio de pagamento, o cartão pré-pago “proporciona inclusão financeira a consumidores sem acesso a contas bancárias ou limites de crédito, estendendo mais segurança e conveniência a esse público”, diz, em nota, a Caixa. Ferrari complementa que o instrumento também cabe em estratégias de gestão financeira doméstica, já que traz maior controle e previsibilidade de gastos.  

“O pré-pago une execução imediata do pagamento à previsibilidade do limite que o cliente poderá gastar, sem incorrer em parcelas futuras”, diz Raquel Ferrari, gerente executiva de Soluções em Meios de Pagamentos e Serviços do Banco do Brasil 

Práticas de uso recomendadas para as três modalidades de cartão – débito, crédito e pré-pago

Diferenciais do cartão

Algumas funcionalidades de cada modalidade de cartão ajudam o consumidor em sua estratégia de gestão financeira. Em geral, tanto o crédito, como o débito e o pré-pago proporcionam visibilidade dos gastos e transações protegidas pelo robusto arsenal de segurança do ecossistema de meios eletrônicos de pagamento. 

Visibilidade

O cartão é um centralizador de gastos, que ficam registrados no extrato (débito e do pré-pago) ou na fatura (crédito). “Ao saber onde e como está gastando, o consumidor tem informação para avaliar quais despesas podem ser repensadas para adequar seu orçamento”, explica Scarlato. 

Concentrando os gastos no cartão, o consumidor tem acesso, ainda, a outras informações úteis para seu controle financeiro e melhor compreensão dos próprios hábitos de consumo: 

  • Categoria de cada gasto (alimentação, lazer, educação)  
  • Estabelecimentos comerciais em que se consumiu 
  • Limite usado e limite disponível 
  • Melhor data de compra com o cartão de crédito 

“Essas informações podem ajudar o consumidor a ter clareza quanto às despesas que compõem seu fluxo de caixa, dando maior controle ao acompanhamento de datas de vencimento e de como a renda é comprometida ao longo do tempo”, diz Ferrari, do Banco do Brasil. 

Segurança

Em decorrência da maior visibilidade, o consumidor que centraliza os gastos nos cartões tem ganhos de segurança. Scarlato, da Mastercard, explica quais são:  

“O consumidor pode identificar e questionar compras que não reconhece, solicitando então o chargeback, que só é possível com os cartões e ainda auxiliam em casos de desacordo comercial com o vendedor”, diz Ana Karina Scarlato, vice-presidente de Produtos e Inovação da Mastercard

Parcelamento

O parcelamento no cartão de crédito viabiliza o acesso a bens que o consumidor, de outra forma, poderia não ter condições de comprar. É um forte atrativo do cartão de crédito, e mais que isso: tem aplicação na gestão financeira. “É uma forma de administrar recursos limitados e apoiar a melhoria gradual da qualidade de vida”, segundo a Caixa Econômica Federal.  

Scarlato complementa que, com o cartão de crédito, o consumidor consegue controlar melhor o fluxo de sua reserva financeira, conciliando o pagamento da fatura e das compras parceladas com o dia de seus recebimentos.  

Benefícios

Por fim, a participação em programas de benefícios é uma exclusividade do setor de cartões, compartilhada por todas as modalidades. De acordo com Ferrari, os programas de fidelidade são uma vantagem atrativa para clientes de todas as classes sociais, já que os benefícios são diversos; “vão desde a troca de pontos por produtos até cashback em conta corrente ou em fundos de investimento”, conclui. 

Por Panorama  

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